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Empresários apontam resultados do Projeto Extensão Industrial Exportadora

Equipe do Peiex realiza pesquisa.Os setores de metal-mecânica; confecções; madeira e móveis; petróleo e gás e tecnologia da informação estão sendo reforçados em Sergipe com o apoio de um importante aliado. Trata-se do Projeto Extensão Industrial Exportadora (Peiex), que visa promover a cultura da exportação em setores industriais selecionados, beneficiando a princípio 140 micro, pequenas e médias empresas formais. O Projeto é realizado através da uma iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo (Sedetec). Implantado no Estado em 2009, o Peiex já começou a mostrar resultados nas empresas, contribuindo para elevar os níveis de emprego e renda, incrementar a competitividade, introduzir melhorias técnico-gerenciais e tecnológicas e, obviamente, disseminar a cultura exportadora. Para dar início ao processo, técnicos visitam organizações das áreas selecionadas, onde interagem com os empresários e fazem um diagnóstico da empresa, apontando quais os pontos que podem ser melhorados, além de promoverem cursos em áreas específicas, a exemplo da financeira. Uma das participantes do Projeto é a Engenharia de Petróleo LTDA (Engepet), que atua no desenvolvimento e aplicação de tecnologias de elevação e produção de petróleo. De acordo com o sócio da Engepet, Homero Pessoa, uma equipe do Peiex apresentou um diagnóstico da empresa e está fazendo um acompanhamento no local. “O Peiex fez um diagnóstico completo, nós analisamos e começamos a trabalhar em cima desse documento. Vimos como está o nosso perfil, o que está faltando e já iniciamos um treinamento, que apesar de ser voltado para a área internacional, mostrou alguns aspectos que podem ser usados também para as vendas aqui no Brasil”, destaca Homero. Homero conta que a Engepet já tem potencial, pois chegou a exportar entre os anos de 2002 e 2003, mas é preciso impulsionar essa ação. ”Estamos preparando seis equipamentos para exportar para a Argentina nos próximos 30 dias. São compressores que reduzem a pressão de poços para incrementar a produção. Queremos, com o Peiex, incrementar essas exportações”, deseja o empresário. Já o seu sócio, Zadson Franco, destaca uma máquina de bombeamento que reduz custos e elimina perdas na produção em qualquer campo de petróleo onde exista - ou possa ser disponibilizado - gás comprimido na pressão e volume necessários para a operação do sistema da máquina. “Esse é um dos nossos produtos que pode provocar interesse em outros países”, comenta. Outra beneficiada com o Peiex está sendo a XProcess, uma empresa de Tecnologia da Informação com foco em soluções corporativas. A XProcess, de acordo com o sócio Antônio Henrique dos Santos, já chegou a ter contato com empresários de Angola, mas não conseguiu concretizar a exportação, por ter esbarrado em problemas legais e questões culturais. “O Peiex nos mostrou que precisamos de uma estratégia comercial mais agressiva, para consolidar a nossa marca no mercado nacional, e depois começar a se preocupar com a exportação”, observa. “Na questão empresarial, o lado técnico não é o mais difícil, porque, por exemplo, quando uma pessoa abre uma empresa de construção civil é porque deve ter domínio sobre construção civil, mas nem sempre entende de estratégias de vendas, análises de custos. É para isso que o Peiex está aí”, resume Antônio, dizendo que alguns treinamentos realizados pelo projeto já estão tendo aplicações práticas em sua empresa. Também trabalhando na área de Tecnologia da Informação, a empresa Infox é outra que já observa os benefícios do Peiex. Depois de ter recebido um diagnóstico dos técnicos do Projeto, a organização enxergou a necessidade de ter um colaborador específico para cuidar da área de Recursos Humanos (RH), conforme diz a responsável pela área de Gestão da Qualidade da empresa, Elenildes Costa. “Como recentemente tivemos um aumento considerável no número de funcionários, ficou mais difícil fazer treinamentos, seja por falta de espaço ou por especificidades dos assuntos por setor. O Peiex nos mostrou como verificar que tipo de treinamento cada setor precisa e direcionar as ações. Elaboramos também um manual do colaborador, para que todo novato tenha acesso e possa se integrar à cultura da empresa. Depois do Peiex já estivemos em um curso na área de finanças e estamos providenciando nossa participação em um curso de administração da produção”, relata Elenildes. Organização   Conhecido em todo o Brasil pela fabricação de guitarras, o empresário Elifas Santana, proprietário da Guitarra Brasil, também está recepcionando uma equipe do Peiex em sua empresa. Para ele, que fabrica instrumentos para grandes artistas de repercussão nacional, um dos grandes benefícios após o diagnóstico feito pelos técnicos do Projeto está sendo o que é chamado de layout, ou seja, a organização do espaço da empresa. “A gente criou um layout baseado nas orientações do Peiex. Colocamos nosso material em lugar mais ventilado, mais claro, em uma atitude simples que já mostrou resultados na produção. A simples colocação de uma porta para impedir a entrada do pó da madeira, por exemplo, já nos fez ganhar tempo, pois não temos que ficar lixando ou limpando objetos várias vezes”, conta. Elifas destaca também a importância da informatização da parte administrativa, um dos pontos mostrados pela equipe do Peiex. “A informatização da nossa parte administrativa é uma coisa que nunca tinha me preocupado. Tudo era feito manualmente. Agora já estamos em fase de experiência com a informatização e podendo até dar um prazo de entrega mais seguro para o cliente, pois fica mais fácil de acompanhar. A informatização também auxilia bastante no estoque. Chegamos ao ponto de ter certo produto na empresa e comprar de novo por falta de organização do estoque. Também conseguimos agilizar a produção, pois os materiais estão bem acondicionados e o ambiente de trabalho mais agradável”, diz o empresário.   Por enquanto, o Projeto Extensão Industrial Exportadora está atuando em Sergipe nos municípios de Aracaju (metal-mecânica, madeira e móveis, petróleo e gás e tecnologia da informação); Nossa Senhora do Socorro (metal-mecânica e madeira e móveis); Itabaiana (metal-mecânica); Itaporanga D´Ajuda (metal-mecânica e petróleo e gás); Tobias Barreto (confecções); Itabaianinha (confecções) e São Cristóvão (madeira e móveis). A estrutura operacional do Projeto tem um coordenador, uma monitora extensionista, quatro técnicos extensionistas e um estagiário. Para o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo de Sergipe, Jorge Santana, o Peiex abre portas para iniciar ou mesmo reforçar os processos de exportação. "Acreditamos que através do atendimento presencial e individual é possível contribuir para elevar a competitividade de 140 empresas sergipanas, inclusive abrindo a oportunidade de exportação de seus produtos. Ainda em 2008 buscamos a Apex para trazer para Sergipe o Peiex e identificamos no IEL o parceiro ideal para atuarmos em conjunto. Agora, vencidas as etapas necessárias, sobretudo seleção e treinamento dos extensionistas, o programa está atuando bem no Estado”, enfatiza. O Peiex funciona com a ação de técnicos selecionados por edital público que identificam o estágio tecnológico das empresas; organizam a gestão e os processos produtivos, incentivam a qualidade e a busca contínua de melhorias - incluindo o foco em exportações; ampliam o acesso a produtos e serviços de apoio disponíveis nas instituições de governo e setor privado; e conscientizam os empresários, mostrando que após organizada a fábrica, o caminho sinaliza novos desafios, como pesquisa de mercado, promoção comercial, implantação de sistemas de qualidade, certificação de produtos e o comércio exterior. *Por Andreza Azevedo, repórter da Sedetec

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